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8 de out. de 2011

Entrevista com Felipe Neto: Pai, estou meio famoso, diz.



A fama e a rua


G: Quando você notou que a sua fama estava saindo da web e indo para a vida real?
F: Foi quando fui fazer um evento jovem em São Paulo. Eu achava que iam ter 400 ou 500 pessoas. Estava atrás do palco e não estava vendo nada, aí o cara anunciou: “E agora, com vocês, Felipe Neto!”. E foi uma coisa que não tenho como explicar. Eu tremi. Na hora em que entrei no palco, tinham 2 mil pessoas berrando muito alto. Eu estava com a minha assessora e com a minha empresária e as duas estavam [chocadas]: “O que acabou de acontecer? O que foi isso?”.
G: Mas você consegue ter uma vida pessoal hoje em dia?
F: Sair na rua é um pouco complicado por que o tempo todo me reconhecem e vêm falar [comigo]. Mudou muita coisa, óbvio, mas eu não deixo isso me afetar em qualquer sentido. De uns cinco meses para cá isso vem acontecendo e, se parar de acontecer, não vai ser nenhum problema. Eu me mantive fazendo as mesmas coisas, saindo com os mesmos amigos, nos mesmos lugares… A diferença agora é que eu trabalho muito. Ultimamente tenho pouca [vida pessoal], porque estou gravando muito. Em novembro, todos os finais de semana estarei gravando. Já sei que vou ficar, provavelmente, um mês sem fazer sexo.
G: Então chega a existir assédio nas ruas?
F: Bastante. Hoje aconteceu um caso inusitado. Eu estava atravessando uma avenida movimentada de Ipanema. Um táxi passou, cantou pneu, o passageiro abriu a porta e disse: “Felipe Neto, cara, você tem que tirar uma foto comigo!”. Aí eu: “A gente tá no meio da rua, a gente vai ser atropelado!” e
ele disse: “Eu te sigo”. Atravessei a rua, o cara veio atrás e eu tirei a foto. Foi engraçado.
Ontem, também atravessando a rua, veio uma pessoa da puta que pariu e berrou meu nome. Aí eu parei, virei e quase fui atropelado, porque estava no meio da rua. Eu até tuitei: “por favor, não gritem meu nome no meio da rua, vocês vão me matar”.
G: Você se assusta de verdade com as pessoas gritando seu nome?
F: Se a pessoa berrar meu nome eu me assusto, né! Eu tenho que olhar, vai que a pessoa está atrás [de mim, berrando] “Felipe Netoooo”, correndo com uma faca na mão. De repente é um fã de uma banda colorida. Mas eu trato com naturalidade virem falar comigo, tirar foto, pedirem autógrafo e tal. Eu não faço meu trabalho para ficar famoso, isso nunca foi meu objetivo. A fama é uma consequência: é uma coisa que acontece e que a gente tem que saber lidar.

O personagem, as mudanças e a responsabilidade

G: Como ficou a vida fora das câmeras? Dá para ter uma vida online fora do “Felipe Neto do ‘Não Faz Sentido’”?
F: O Felipe Neto do “Não Faz Sentido” não existe. O texto é meu, as opiniões dadas ali são inteiramente refletidas mesmo no que eu penso, mas aquele personagem (eu falo ‘personagem’ porque é um termo mais fácil, mas ele é um alter-ego. Mas as pessoas não entendem o que é um alter-ego – não entendem nem o significa banana, lógico que não vão entender o que é um alter-ego) reflete as minhas opiniões de uma forma interpretada. É criado: tem um roteiro e agora tem diretor. O Felipe Neto do “Não Faz Sentido” não existe na vida real; eu não me relaciono daquela forma com ninguém.
O aspecto negativo é ter que ter um comportamento delineado na hora de responder alguma coisa na mídia… Ter que ter uma finesse, não poder parecer muito inteligente. Se você dá uma resposta inteligente para o jornalista, meio filosófica, te zoam na matéria. Ironizam, como se você fosse culpado por isso. O discurso da falsa humildade é algo que me irrita muito. Mas a gente tem que abrir concessão. Se quiser trabalhar no meio tem que jogar o jogo – não se vender, mas ao mesmo tempo não pagar de rebelde sem causa.
G: Como você se sentiu quando se deu conta de que as pessoas estavam se preocupando tanto com o que você falava?
F: No início eu comecei a surtar de ansiedade e preocupação. No começo eu podia falar qualquer merda que só 500 pessoas iam ver, e agora serão 1,5 milhão ou 2 milhões de pessoas. Tenho que levar em consideração principalmente a idade da galera para quem eu falo. A faixa de 12 a 18 anos, que é o maior público, ainda tem muita coisa em formação. Por exemplo, se eu fizesse um comentário racista, coisa que eu jamais faria, imagina a merda que ia dar?
G: No chat [que aconteceu durante a realização da entrevista], perguntaram qual foi o lugar mais legal que você conheceu por causa da fama?
F: Quando eu tinha 14 anos, fugi de casa e fui para a porta do Projac pedir emprego. Agora, com 22 anos, eu fui convidado para conhecer o Projac, assistir a uma gravação do “Junto e Misturado” e opinar. Eu achei isso muito legal.
G: Tem aquela coisa de famoso de Big Brother ser mal visto pelos outros famosos. E famoso de internet, é bem recebido pelos demais?
F: Eu estou sendo. Acho que é porque antes de saberem que eu sou famoso, as pessoas acabam assistindo [aos vídeos]. Então várias pessoas do meio, mesmo artistas até consagrados, me tratam muito bem. O Arnaldo Jabor e o William Bonner foram pessoas maravilhosas que conheci e me trataram muito bem, foram conversar comigo – porque eu não tenho coragem de conversar com essas pessoas. O William Bonner invadiu uma reunião para conversar comigo. Isso é surreal: eu entrar num camarim, a Fátima Bernardes estar do meu lado e falar comigo como se eu fosse um brother dela. Eu sou muito pequenininho para estar do lado dessas pessoas, sabe?

Trajetória na internet

G: Antes de ter os seus vídeos, você tinha um site. Quando que você começou a pensar em internet como um negócio?
N: Foi quando resolvi ser designer gráfico. Comecei a atuar quando tinha 12 anos no teatro, mas essa área é muito arriscada e eu tinha medo. Com 15 anos resolvi fazer sites. Fiz um cursinho básico de Flash e comecei a fazer uma porrada de sites, montei uma espécie de estúdio, o Inove Studio, com um amigo. Depois montei a IsFree, que acabou se tornando um portal muito famoso de downloads de seriado. Nos quatro anos [de IsFree] eu aprendi muita coisa. E eu continuava atuando paralelamente. A IsFree fechou por questões internas: era muito caro manter o site. E aí, depois fiz o Controle Remoto, escrevendo e publicando meus textos. Foram 2 anos e meio, até que eu decidi começar os vídeos. Paralelamente a toda essa minha vida online, eu continuava atuando, com esse desejo da minha vida ser em função da minha interpretação, dos meus textos, das coisas que eu sentia paixão em fazer.
G: Você disse que não fez essas coisas pensando em sucesso, mas você falou também que seus primeiros quatro ou cinco vídeos não tiveram nenhuma repercussão. Teve o apoio de alguém ou você pensou em alguma coisa para que seus vídeos tivessem mais acessos?
F: Eu tinha vários amigos blogueiros, mas não pedi para ninguém postar meus vídeos. Quando eu comecei, quis que os vídeos crescessem sozinhos, se fosse para crescerem. Não queria criar uma falsa audiência. O vídeo “Não Faz Sentido – Gente Colorida” foi o primeiro a bombar, e quando atingiu 30 mil visualizações eu falei “Meu Deus, que coisa incrível!”. Aí o Não Salvo publicou.
G: E isso foi naturalmente, as pessoas procuraram no Youtube e caíram no blog? Como foi?
F: Acho que as pessoas começaram a passar umas para as outras nas comunidades e colocar nos favoritos do Orkut. Aí o “Não Salvo” publicou e atingiu todo o público do site, que é gigantesco.
G: Na época do blog, você já era conhecido e também era razoavelmente polêmico. Nessa época, existiu um desentendimento com o Ronald Rios [blogueiro, videologger e VJ da MTV - a discussão, via Twitter e blogs, aconteceu porque Ronald tirou sarro de um texto em que Felipe se definia como um "estudioso das vertentes da vida". As postagens sobre isso já foram apagadas de ambos os blogs ], quem você foi encontrar depois quando se tornou videologger. As polêmicas que você lidou como blogueiro te ajudaram a lidar com a repercussão que veio agora, com as pessoas interagindo e com um monte de gente te criticando?F: As coisas aconteceram no ritmo que deveriam ter acontecido. Acho que, se os vídeos tivessem explodido quando eu tinha 20 ou 19 anos, eu não teria estabilidade emocional para lidar com eles. Nos últimos três anos eu amadureci muito – emocionalmente – para saber lidar com críticas, frustrações e eataques pessoais. Foi isso que aconteceu naquele caso do Ronald Rios que, na verdade, foi uma grande bobagem. Ele leu uma descrição minha que eu tinha escrito quando eu ainda era muito imaturo, tinha 18 anos, e sacaneou. E eu respondi, coisa que eu jamais faria hoje, e aí deu aquela confusão. Mas isso foi
resolvido, a gente é brother.

O pós-fama e a profissionalização

G: Você mesmo grava seus vídeos?F: Sempre foi, mas agora eu tenho diretor: é o diretor dos“Anões em Chamas”, que agora vai vir gravar comigo todos os vídeos do “Não Faz Sentido”. Ele vai vir com a câmera dele, que é foda, e me ajudar no posicionamento: “faz desse lado que fica melhor”. Só isso. Não vai mudar o conteúdo, nem o texto, nem a pegada, só
vai melhorar a qualidade técnica do vídeo.
G: Você tem uma agência que é a DNA, que cuida de você e de alguns famosos por aí. A agência te dá orientação de como você deve agir? Até que ponto eles interferem na sua vida e também no conteúdo dos vídeos?
F: A agência não interfere no conteúdo dos vídeos, as agentes confiam muito em mim. Elas são um guia de carreira: ligam para me guiar, para saber o que está acontecendo. Mais ainda, elas negociam com o cliente. Toda a questão burocrática é com elas, e eu só penso em criar, atuar e escrever. E a gente faz treinamento para lidar com jornalistas, exatamente por que tem que saber lidar. Se não souber lidar dança.

Polêmicas e críticas

G: Agora uma pergunta que todo mundo faz – e que não param de fazer no chat: o que você acha de pessoas que se promovem na mídia esculachando os outros?
F: Ó meu Deus. É uma pergunta tão boa, tão intelectual… (ironiza) Em nenhum momento eu quis me promover na mídia.
G: É, mas você se promoveu, deu certo e você não parou de falar mal por causa disso.
F: Eu tenho vinte e três vídeos do “Não Faz Sentido” e em quatro eu falo mal de celebridades. Isso não chega a ser 20%. Eu falo mal do Justin Bieber, do “Vida de Garoto”, do “Crepúsculo” e das bandas coloridas.
G: E tem o do Fiuk…
F: Mas eu não falo mal do Fiuk, eu falo mal do comportamento. Em nenhum momento eu cito o nome do Fiuk e não faço nenhum ataque pessoal a ele. Na mesma crítica cabe o Luan Santana, que tem o mesmo comportamento que o Fiuk em relação aos fãs.
Além disso, os vídeos que não são de ataque às celebridades tem a mesma quantidade de visualizações (sem contar o do “Crepúsculo”, que foi um fenômeno). As pessoas criaram essa falsa imagem de que eu só critico artistas, o que é uma mentira. Eu tenho vídeo criticando inúmeros assuntos: gente que escreve errado,
playboy que dá barraco em balada, política, pressa…
E qual é o problema de crescer criticando alguém? As pessoas dizem que a gente não pode questionar, não pode criticar. Dizem que qualquer crítica é porque você quer aparecer na mídia. Então o Jabor só quer crescer na mídia! Existe um “gesso cerebral” aqui no Brasil. Você não pode criticar, porque as pessoas vão
dizer que você está querendo aparecer. Eu fico puto de ver as pessoas paradas, congeladas, por acharem que falar alguma coisa é errado. Eu sempre fui a favor de questionar tudo.
G: Você acha que esse reconhecimento é só da internet ou já é consequência de você estar aparecendo nos meios tradicionais?
F: Não sei. Mas depois que eu fui no Programa do Jô, muita gente bem mais velha veio falar comigo por e-mail, dizendo que tinha me visto no programa e tinha adorado. O bom do “Não Faz Sentido” é isso: ele agrada dos 12 aos 25. Aquela fase dos 25 aos 35 é a que o cara não admite [gostar dos vídeos], porque ele é muito inteligente e, para ele, um cara mais novo não pode fazer um trabalho inteligente, maduro. Então ele fica meio que puto e fala assim: “você assiste esse moleque que fala um monte de merda na internet?”.
G: Você acha que é isso mesmo?
F: Ah, acontece muito isso. Porque aí dos 35 para cima o reconhecimento é quase completo. É muito difícil ver um cara mais velho me criticando. Quem faz as críticas é sempre o pessoal dessa faixa de idade.
G: Como você distingue uma crítica infundada de uma crítica que é verdadeira?
F: Uma crítica infundada é “cala a boca seu lixo, você não sabe o que está falando!” e eu não dou o menor valor. A crítica bem fundamentada é a crítica em que o cara coloca argumentos para tentar rebater o que eu estou falando. E aí, se for o caso, eu converso com a pessoa. Mas o problema é o cara que usa argumentos para rebater e não sabe que do que está falando. Eles [os críticos] têm essa mania de “vou fazer uma crítica inteligente”, e aí escrevem um monte de argumentos de criança de oito anos . Eu nem respondo, não fico dando ibope para isso.
G: Você já assistiu a alguma crítica sobre seus vídeos que mudou alguma atitude sua?
F: Nenhuma. Cara, tem as coisas em que eu acredito. Pode acontecer de, em uma discussão, eu mudar de opinião, e eu não vou ter vergonha nenhuma disso.
Algumas opiniões minhas foram balançadas – por exemplo, quando você conhece pessoalmente um artista que você criticava. Isso aconteceu com a Preta Gil. Eu tinha muitas críticas a ela e às fãs dela, principalmente, aí eu a conheci pessoalmente, e ela é uma pessoa fantástica! Eu acho o trabalho artístico delacriticável, mas, como ser humano, ela é uma pessoa muito boa. Aí eu fico me questionando sobre isso: até quando eu posso permitir que essas posições influenciem na minha crítica. Não posso perder a essência da crítica me baseando no ser humano. A crítica deve ser sempre ao comportamento, mas ela deve ter
um limite. Não pode ultrapassar, chamar a Preta Gil de gorda babaca.
G: Mas muita gente fala que seus vídeos fazem uma crítica rasa…
F: Essas eu não levo muito em consideração, porque eu sei o quanto estudo para fazer um vídeo. Tem muita coisa rasa, mas são rasas para quem fala: “eu sou um mega intelectual, eu sei tudo que ele está falando, logo eu não posso gostar, porque ele não está falando nenhuma novidade.” Isso não é crítica, é babaquice. Não é novidade para esse cara, mas é novidade para muita gente. Esse lance da ‘crítica rasa’ não passa de um pseudo-intelectualismo besta.
G: Mas você poderia ir mais fundo nesses críticas?
F: Aí querem que eu escreva um livro de sociologia. Aonde eu tenho um vídeo de 6 ou 7 minutos, eu faça uma análise sociológica/antropológica/filosófica do assunto em que eu cite autores, pegue citações de jornais… pô? O cara tá querendo o que? Ele está vendo um vídeo de entretenimento no Youtube! Tão achando que eu quero ser o grande filósofo do mundo… eu não quero. Eu faço porque eu gosto e pra fazer a galera se divertir vendo.

Os vídeos como profissão

G: Como sua renda progrediu de designer para cá?
F: Eu não estou rico, longe disso. Mas já consigo investir no meu trabalho: comprar um iMac, um equipamento bacana… E espero que as coisas se mantenham nesse ritmo, porque eu quero sair de casa, comprar um apartamento.
G: E isso tudo dá mesmo dinheiro?
F: O dinheiro e a fama são consequência, e as duas coisas andam entrelaçadas. Agora, se for para ficar um ano sem aparecer em lugar nenhum, mas fazendo o que eu amo e conseguindo me manter, eu estarei feliz. Não é essa a questão: eu não faço [vídeos] para ser famoso, não faço para ganhar dinheiro. Eu faço porque são coisas em que eu acredito e que amo fazer.
G: E você largaria isso para fazer alguma coisa em que você acreditaria mais?
F: Não, porque não tem nada que eu ame mais do que atuar e escrever. A internet abriu uma janela para mim, mas eu vou explorar outros caminhos. O “Não Faz Sentido” não vai acabar, mas eu vou procurar outros meios. Trabalhar em outros lugares, fazendo coisas que eu gosto. E aí entra televisão, teatro e cinema basicamente.
G: Como você faz para essa sua fama se converter em dinheiro? De que formas você ganha dinheiro hoje?
F: Tem anúncios nos vídeos – alguns imperceptíveis, outros perceptíveis.
G: Quais são os imperceptíveis?
F: Não vou falar (ri). Tem uns (anúncios) no twitter; eu recebo cachê para ir em eventos, que é a parte que eu não curto muito fazer, tipo ir em festas…
G: Tipo 15 anos?
F: Não, 15 anos não, é muito bagaceira. Mas por exemplo, uma grande festa em São Paulo: eles chamam, eu faço a presença no camarote e eles usam isso para divulgar a festa. É uma grande besteira, eu tenho noção, mas eu tenho origem humilde. Preciso de grana, tenho que batalhar para poder me sustentar, tenho que tentar crescer financeiramente. Tem outras coisas também: por exemplo, vai ter um evento do Spoleto em que eu vou descer de rapel um prédio. Vai ser legal.
E também tem a questão do próprio Youtube. Tem um anúncio embaixo do vídeo. Quando clicam, eu ganho alguns centavos de dólar. Como são milhões de visualizações dá uma grana considerável.
G: E hoje você ganha dinheiro com a sua loja também?
F: Ganho. Ela tem três modelos de camiseta e, em breve, vão sair mais quatro modelos de camiseta e mais quatro de caneca.
G: Essa grana que você está ganhando com web é equiparável com a que você ganharia em televisão?
F: Não, a web paga melhor que a TV. A televisão não foi feita para pagar muito para um artista. O artista da TV ganha a repercussão e, com ela, faz propaganda.
Família
G: O que seus pais pensam sobre seus vídeos? Eles te apoiam? Você e sua família estavam preparados para tudo isso? Afetou alguma coisa na vida na vida dos seus pais?
F: O meu pai é terapeuta e a minha mãe é pedagoga, ou seja, os dois lidam com psicanálise. A minha mãe acompanhou desde o início; meu pai não, porque não mora comigo. A gente se falava todos os dias, mas ele não acompanha internet e eu tive que ter uma conversa muito esquisita com o meu pai. Eu falei: “pai, preciso te contar uma coisa que já está acontecendo há algum tempo e você não faz a mínima ideia: eu tô meio famoso”. Foi assim, eu não tinha como explicar, porque ele não sabe nada de internet. E hoje em dia ele vê os vídeos e se amarra. Por ser psicólogo, ele dá pitaco: eu mostro os textos e ele mostra o que poderia ser interpretado de uma outra forma. Acho que o que mais influencia é no orgulho que minha mãe sente de eu sair no jornal.
Projetos atuais e futuros
G: Você pensa em fazer outros personagens para a web?
F: Eu queria fazer vários personagens para a web, mas eu não tenho tempo de elaborar.
G: Tem alguma coisa que você queria fazer e ainda não conseguiu?
F: Um monte. Isso aqui não é nada ainda. Tenho muitos objetivos, tenho que trabalhar muitos anos para conseguir conquistá-los. Meu grande desejo é entrar no cinema. Quero voltar para o teatro também… são realizações de cunho íntimo.
G: Em televisão você trabalharia como apresentador ou como ator? Já te ofereceram algum papel na TV depois dessa exposição na internet?
F: Como apresentador não, mas nunca se sabe o dia de amanhã. Eu tô com um projeto de um canal de TV paga e existe um outro projeto para televisão também, mas eu não posso falar em nenhuma hipótese. Tenho passado muito pouco tempo em casa.
G: Perguntaram no chat se você não vai entrar em uma novela…
F: Não. Os projetos na TV serão próprios.
G: Você já fez alguma coisa de publicidade fora de web?
F: Não, mas estou fechando. Não posso entrar em detalhes.
G: Se hoje tudo isso acabasse, ninguém mais se interessasse pelos seus vídeos, o que seria da sua vida?
F: Eu ficaria preocupado financeiramente, e só. Eu teria que fazer alguma outra coisa para poder me sustentar. Ia continuar fazendo os vídeos, mesmo que para 20 pessoas, porque é o que eu quero fazer.


FONTE: http://reporter.outrosolhos.com.br/felipe-neto-pai-eu-estou-meio-famoso/

2 comentários:

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