Mais uma menção ao Felipe Neto em artigo, agora no site da G1, da Globo.com.
Artigo:
O livro "Não faz sentido - Por trás das câmeras" (Casa da Palavra) poderia ser peça-chave em bibliografias de cursos de vlogs, caso existissem. Felipe Neto, empresário e ator carioca de 25 anos, ficou conhecido com seu vídeoblog, no qual fala mal de modinhas, erros comuns aos jovens e ídolos teens. Hoje, seus 50 vídeos no YouTube somam 177 milhões de acessos.
Felipe deixa claro que vai além do adolescente revoltado de óculos escuros que já esbravejou contra carnaval, dublagem, homofobia, "Crepúsculo", Fiuk, shoppings, cantadas, Justin Bieber e (tantos) outros assuntos. "O livro não foi feito com intenção de me promover ou de lucrar. Eu queria contar minha história, os bastidores, o que eu passei", explica ao G1.
Ele diz que não se considera o representante das "pessoas que fazem comentários na internet e xingam sem argumentar". "São o que costumo de chamar de 'haters'. A função dele é falar vai tomar no cu, vai se fuder, você é um merda e tal. Você nunca vai me ver fazendo isso. Todos os vídeos que fiz até hoje têm embasamento de pesquisa, argumentos. Isso me difere completamente de uma característica 'hater'", explica.
No livro, além dos bastidores do "Não faz sentido", faz uso de números para dar medida de seu sucesso e dos perrengues pelos quais passou. Quando tinha blog sobre séries, "num mês entrava R$ 200 e no outro R$ 2 mil". Nos tempos do YouTube, assinou contrato de R$ 160 mil com uma escola de inglês, para ser garoto propaganda. Recebia até R$ 6 mil ao mês do YouTube; e ainda embolsava de 8 a 12 mil por mês para ir a festas. Hoje, tem produtora de conteúdo (Parafernalha), agência de canais do YouTube (Paramaker) e a série "A toca", parceria com o Netflix, serviço de conteúdo por streaming. Perguntado pelo G1, não quis dizer quanto fatura em média por mês.
Felipe analisa o "sucateamento dos blogs" e garante que a experiência como blogueiro foi importante. "É um problema sério que critico no livro. Quando o YouTube estourou, previ que o sucateamento poderia acontecer de novo. Aí eu combinei com o PC [Siqueira] pra gente não deixar acontecer. Éramos os dois grandes nomes da época. A gente combinava para não deixar sucatear, não deixar anunciante fazer leilão pra baixo com a gente", relembra. Segundo ele, blogs recebiam menos do que deveriam por anúncios e isso não se repetiu em vídeoblogs.
Queríamos 100% da liberdade criativa. O resultado está aí: é um sucesso absurdo de audiência e de crítica. A série tem tudo para ser renovada, justamente por ter uma linguagem de internet no formato de televisão"
Felipe Neto, ator
No livro, Felipe diz que, quando criança, tinha "o porte do Cazuza na última semana de vida". "As pessoas realmente me comparavam a ele quando eu era adolescente, não foi tentativa de piada", explica. Para ele, existe uma "caça às bruxas com quem se comunica", algo do qual ele não escapa. "A cobrança é que o artista tem que ser correto, não pode sair da curva ou ter qualquer opinião mais polêmica", opina. "O resultado é uma classe artística calada no Brasil. Quando bota postagem no Twitter ou Facebook é moral, bonitinha. Se não for, vai parar nos sites de fofoca. Essa é a problemática do Brasil. Todo mundo tem que seguir os bons costumes. Se não tiver gente colocando opinião... Você vai ter cada vez mais um público que vai para o YouTube procurar isso, porque não tem na mídia", sentencia.
O vlogger diz que a internet está ficando "madura". "Dentro do caldeirão de conteúdos, você tem os virais, os memes constrangedores ou feitos para bombar. E outros, como Para nossa alegria e Nissim Ourfali, que são feitos sem querer e viralizam", diferencia. "Esses vídeos virais têm importância menor em termo de renovação do entretenimento, do que produções com intenção de melhorar o cenário de entretenimento no Brasil."
Experiência na TV
O ator já teve quadro no "Esporte espetacular", da TV Globo, e dois programas no Mulishow, canal da TV paga. Ele conta que a experiência na TV serviu para que pudesse aprender "a criar para públicos diferentes" e a entender as "regras da televisão". "Fui contra algumas quando fui criar minhas empresas", revela. "Foi uma experiência interessante, mas nunca foi minha paixão, não me encantou. A televisão brasileira precisa de uma revolução", opina.
Felipe diz que em emissoras de TV não se pode "falar o linguajar das ruas" e ser "politicamente incorreto". "O problema são as regras dos anunciantes e dos executivos, e na internet não existe isso", resume. Ele conta que a Parafernalha recebeu "inúmeras propostas da televisão". Recusou todas.
Só aceitou a proposta da Netflix. É dele a primeira série brasileira da empresa. "Creio que você tenha visto, porque bombou na imprensa, absurdo. Saiu até na 'Variety', que é a maior revista do mundo", conta, empolgado com uma nota do site da publicação, que cita a série. "A toca" reúne esquetes da Parafernalha, com formato semelhante ao do "Porta dos Fundos", e o cotidiano encenado da produtora, em estilo falso documentário, tal qual a série "The Office", com a original britânica e a bem sucedida versão americana, que terminou neste ano. "Nós não queríamos nenhum filtro em relação ao conteúdo que a gente ia criar. A gente exigiu e a Netflix aceitou", conta Felipe
Foi uma experiência interessante, mas nunca foi minha paixão, não me encantou. A televisão brasileira precisa de uma revolução"
Felipe Neto, ator
"Queríamos 100% da liberdade criativa. O resultado está aí: é um sucesso absurdo de audiência e de crítica. A série tem tudo para ser renovada, justamente por ter uma linguagem de internet no formato de televisão. Foi o trunfo da série." A Netflix não revela sua audiência. Em críticas de blogs brasileiros especializados em seriados, há menções sobre falta de ritmo de "A toca" e a dificuldade de dar liga aos quadros de humor e "entrevistas".
"A toca", no entanto, não é o carro-chefe de Felipe Neto. Ao falar da Paramaker, parece se empolgar mais. Trata-se de parceria da Parafernalha com a americana Maker Studios. "É uma network de YouTube, agencia canais, que assinam contratos com a empresa. Oferece uma série de vantagens e retém uma comissão em cima dos ganhos no YouTube e de product placement, colocar uma marca no vídeo", descreve. "Trabalhamos com uma frente comercial muito forte para trazer anunciantes para os associados da Paramaker. A gente oferece uma biblioteca gigantesca de músicas e áudios gratuitos para os youtubers utilizarem."
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